Dia de eliminação em Guarujá

Cena do crime

A polícia está investigando o assassinato do vereador de Guarujá Luis Carlos Romazzini (foto), casado, 45 anos de idade, executado a tiros em sua casa, por volta da 1h30. Ele vinha recebendo ameaças. Na madrugada anterior ao crime, Romazzini registrou um boletim de ocorrência informando uma tentativa de invasão em sua residência.                                                                                            

Cena política

Em 2006, a Rede Bandeirantes de televisão denunciou um esquema de corrupção que ficou conhecido como o “mensalinho do Guarujá”. Na matéria, além de vídeos flagrando o crime, foi exibida uma entrevista com o vereador Romazzini, de oposição (PT), falando das dificuldades de fiscalizar o executivo e como projetos polêmicos eram aprovados. 

Hoje, o site de jornalismo da Band noticiou o assassinato e acrescentou informações: 

“A polícia investiga o assassinato do vereador Luiz Carlos Romazzini no litoral paulista. Ele havia denunciado um esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalinho do Guarujá.  Romazzini já havia recebido várias ameaças desde o começo das denúncias”.

Desdobramentos do caso

Em outubro de 2008, o site Amigos do Guarujá publicou um artigo com o título: “Voto consciente elimina autores de mensalinho no Guarujá”.  O texto explica que em 2007 o Tribunal de Justiça determinou o afastamento de oito vereadores acusados no esquema de corrupção. O prefeito da cidade, Farid Said Madi, também acusado, conseguiu se livrar do afastamento e permaneceu no cargo. Mas no pleito de 2008 nenhum dos acusados, ainda elegíveis, conseguiu se reeleger. 

O caso rendeu um processo criminal por formação de quadrilha. O ex-prefeito Farid Madi (PDT) responde também por corrupção ativa juntamente com o seu irmão Ysam Madi, o ex-secretário de Governo e atual vereador Antônio Addis Filho(PV) e dois dos ex-parlamentares.  A pena por formação de quadrilha é de 1 a 3 anos de reclusão. Já as penas por corrupção variam de 2 a 12 anos de reclusão. Os réus foram denunciados por 18 crimes. 

Em junho de 2010, o Jornal A Tribuna noticiou que o Juiz deu o prazo legal de 10 dias para que os denunciados respondessem às acusações por escrito. O processo continua em andamento. Ainda em junho de 2010, Farid Madi, mesmo com os direitos políticos já cassados, e sua esposa Haifa Madi, deputada estadual (PDT), afirmaram sofrer ameaças de adversários políticos e anunciaram desistência da vida política. 

Autoridades manifestaram pesar pela morte do vereador Luis Carlos Romazzini, entre elas:

Farid Madi, ex-prefeito (PDT) - "Lamentamos muito. É lógico que ficamos muito chocados com tudo. Como já fui vítima de violência,  tive que deixar Guarujá com receio de que pudesse acontecer algo pior com alguém da minha família.  Guarujá está se tornando cada vez mais perigosa, não só para pessoas públicas, mas para o cidadão comum".

Haifa Madi, deputada estadual (PDT) - "A gente espera que esse assassinato não fique impune. Eu, como deputada, vou procurar outros colegas da cadeira para falar com o secretário de Segurança Pública. Vamos pedir uma atenção maior ao Guarujá".

Mais informações:

Professor, advogado, vereador e blogueiro, em sua última postagem, o prof. Romazzini falou sobre os ataques norte-coreanos à Coréia do Sul num artigo intitulado “Ratos que rugem”.  
Blog do vereador Romazzini:
http://prof-romazzini.blogspot.com/

Blog Ética no Guarujá: 
http://eticanoguaruja.wordpress.com/2010/03/18/ministerio-publico-de-guaruja-acusa-ex-prefeito-farid-madi-e-ex-vereadores-de-formacao-de-quadrilha/

Foto: TV Tribuna.