Qualquer coisa sobre plantar bananeira, escrever o obituário do mundo e parir dinheiro

on segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quando escrevi um pouco sobre mim aqui no blog, eu tracei o meu perfil falando do “plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. Poderíamos dizer que o progresso é um abalo nessa tríade. Novos tempos vieram, as moradias verticalizaram e os espaços foram reduzidos. A tendência atual é que montanhas de papel e livros convencionais sejam substituídos por cliques. Por outro lado, se podemos salvar árvores economizando papel, espantosamente os e-books podem representar um avanço tecnológico em prol das florestas. Será?   
                                                                                               
Mas o que pensar de anunciantes que prometem plantar árvores desde que nós, os consumidores, compremos os seus produtos?  Isso é chantagem ou a promessa de que logo uma empresa surgirá para fazer também os nossos filhos? Pode ser simplesmente o fim dos tempos em nome do capitalismo, mas se for selvagem é ecologicamente correto.  Eu prefiriria cuspir um caroço de mexerica no quintal e andar de bicicleta, mas quem sou eu para lutar contra o mundo? Amiga do Peter Pan?

Na vida real, Bruna Surfistinha abriu tudo sobre a sua biografia na horizontal e descreveu minuciosamente como plantar bananeira, assobiar e chupar cana. Exercitou aos montes, não fez filho, mas vendeu livro adoidado. O melhor mal exemplo de que o “é dando que se recebe” está mesmo de pernas para o ar. Por essas e outras, eu não duvido que um fabricante de biodegradável ou uma revendedora de automóveis procrie por nós, afinal de contas, plantar árvore pode se comprar numa loja de conveniência e literatura pode ser fruto de uma cultura de mercado. 

Se a moda pega? Pior que pega! Depois do grande sucesso como escritora, a nova onda da Surfistinha  é movimentar as telonas. O filme é nostálgico, já que o próprio teaser é Deborah Secco seminua em cena de sexo, o que nos remete ao cinema nacional de outra fase. Babado é moda sem roupa, mas, saia justa é detalhe e modismo sempre volta, repaginado, mas volta. Agora os peitos são siliconados.

Houve um tempo em que o pior da cultura era assistir a desvalorização para a poupança. Isso não mudou e está aí o abundante Rebolation que não me deixa mentir. Talvez a nossa cultura seja responsável por não termos problemas com taxa de natalidade aqui no Brasil. Crianças costumam fazer perguntas do tipo: Se o planeta é redondo e gira, por que a água não cai? Eu tenho outras dúvidas, por exemplo, porque criança brasileira também faz criança? Num mundo de cabeça para baixo, por que o estímulo para japoneses procriarem vem do governo?

Brasil e Japão poderiam fechar um acordo de cooperação nesse sentido, ainda mais que o grande destaque do governo Lula é a projeção do país no cenário internacional. A escritora brasileira Bruna Surfistinha poderia ser parceira e dar palestras, pois, ela é boa nisso de dar, desde que seja bem paga. E no Japão o que dá cria é escola ensinando mulher a seduzir.  Dificilmente língua seria um entrave, pois, faz parte do universo de Bruna e não tem problema a do Lula ser presa, afinal, personagens de cinema sempre podem contar com a legenda.

Nesse angu de caroço, sabe-se que engolir semente de jaca não significa que vai nascer uma jaqueira dentro da gente, todavia, uma semente encontrou terreno fértil dentro de um pulmão humano para fazer brotar um pé de sabe-se lá o que num russo.  A ciência tenta esclarecer se a galinha veio antes do ovo. Se dinheiro dá em árvore, a humanidade manda a mãe natureza para a Dilodendron bipinnatum que pariu. O Paulo Coelho, escritor interplanetário, levou o Brasil longe ensinando o velho exercício da sementinha transcrito do fundamental dos cursos de teatro para o Diário de um Mago. Coelhos, todo mundo sabe, moram em cartolas, distribuem ovinhos de chocolate com desigualdade e fazem filho para caramba. Essas coisas não fazem o menor sentido? E o mundo faz? Eu também estou tonta com tantos giros!

Links:
“Em minha vida de ator, passei por vários momentos que me deixaram traumas, como na época dos primeiros cursos de teatro e na Faculdade de Artes Cênicas, pois tínhamos que fazer o hediondo exercício da semente virar árvore, em uma matéria que sempre desprezei chamada expressão corporal! Fazíamos coisas como se arrastar no chão de olhos fechados até encontrar o coleguinha na sala e tocá-lo sem pudores para aflorar os cinco sentidos. Lógico que sempre deixei meu olho um pouco aberto e geralmente ia para debaixo de alguma mesa onde me escondia. Sempre era achado por alguma criatura tarada e  horrenda que ficava invariavelmente lambendo a palma da minha mão e tentando alguma bolinação”.
Charles Möeller - http://www.moellerbotelho.com.br/arquivos/tag/hair

7 comentários:

BLOGZOOM disse...

Não faz nenhum sentido, mas infelizmente neste mundo de inversao de valores, faz. É uma lástima que fazemos de tudo e de correto para ter uma vida boa e melhor, contudo, tais exemplos, que se dão bem e nós nos F... Como jogadores de futebol que ganham fortunas e não rendem, são mascarados, muitos mal exemplos. Ser modelo linda e esqualida pode torna-la milionaria e nós... somos uns trecos sem atrativos!

Jackie Freitas disse...

Lú, minha lindona!!
Ahh...eu adoro ler o que você escreve! Tão envolvente! É um dom mesmo! Agora, eu li outro dia, não lembro onde, que a Bruna está sendo convidada para dar palestras motivacional!!! hahahaahaha...Me responde, motivar o que, a que e a quem??? Bem, deixa quieto...até tenho as minhas respostas, mas seriam censuradas!
Parabéns, minha querida! Muito bom te visitar!
Grande beijo,
Jackie

Principe Encantado disse...

Ter o empresário certo kkk Faz a diferença, e esta ai e vai desaparecer a qualquer instante, mais esta tendo seus momentos de fama.
Abraços forte

Cecília disse...

Irmanzittaaaaaaaaaa!!!!Que saudade!!!Luzita,você arrasou no texto.Não é de hoje que esse mundo esta de pernas para o ar,que os valores estão cada dia mais deturpados.Achei muito pertinente sua tese sobre o Brasil fazer um acordo com o Japão;quanto a Bruna Surfistinnha,é o que temos de exemplo para a juventude?É literalmente dando e muito que se recebe!!!Para que diploma?já que para mostrar seus "Dotes",não precisa falar.Sei não viu?Revendedoras de carros plantando arvores,tenha cá comigo minhas dúvidas.Agora fazer filhos!!!Isso deixa pra gente,né?Afinal de conta também somos filhos de Deus...hehehehehe.
Te amo muito,estou com muita saudades
Ciça

Rumquatronove disse...

Parabéns mais uma vez,Lu.Grande texto,maravilhoso messsssssmo!Tua visão desse nosso mundo invertido e sem freios é perfeita.Delícia de leitura,tipo um abacate manteiga no ponto;coisa em que,vira e mexe,eu me lambuzo todo...
Um grande abraço pra vc.

Anônimo disse...

Que maravilha, Luciana! Tá rebentando a net! Como escreves bem, menina! Que verve! Que objetividade! Quanta espirituosidade! Dirás: Quanta EXCLAMAÇÃO!!! E eu te respondo: Estou pasmo, basbaque mesmo! Parabéns!

Lu Vaz disse...

Oi, meu querido Assi! O seu comentário me deixou muito emocionada, de verdade. Fico muito grata pelo comentário. Um beijo muito carinhoso da amiga Lu.

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