"Você me dá sorte, meu amor"? Discutindo a relação com a jogatina.

on quinta-feira, 18 de março de 2010

Eu não joguei o 479 no bicho! Não porque é contravenção penal. Se forem prender todo mundo que joga no bicho, vai ser mais fácil transformar o Brasil num cercado só. Não joguei porque é muito complicado. Por exemplo: Por que duque e não duck, já que é jogo do bicho? Tive a curiosidade de ver se o meu 479, no dia 17 de março, teria dado na cabeça. Dei de cara com um zoo: Gato, burro, borboleta, leão, cavalo, touro e jacaré. Olhei pros números e acho que 479 seria assim um acasalamento de avestruz com peru ou um cruzamento de elefante com burro. Pra mim faria mais sentido veado com peru ou vaca com cobra.

Desisti do jogo do bicho e estou pensando em comprar uma Telesena. É muito mais fácil de jogar. O que me impressiona é que quase todos os números são sorteados.


01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09.


10, não!

11, 12, 13, 14, 15.


16, não!


17, 18, 19, 20, 21, 22, 23.


24, não!


O que me leva de volta ao grupo do veado, o 24, porém, a dezena 24 é cabra, que é o feminino de bode, o que vai do nada a lugar algum.  Ou vai, sei lá, inesperadamente, pode dar uma zebra.


Pior do que esses enigmas é ganhar e não levar. Lembram do rolo do bolão do Rio Grande do Sul? Tchê, barbaridade, até o pai da funcionária da lotérica, aquela que se esqueceu de registrar a aposta, rodou. 
 
Por falar em rodar, um giro às minhas memórias infantis. Tem menina que ganha miniatura de cozinha para aprender desde cedo a encostar a barriga no fogão. Eu ganhei um jogo de loto e um de roleta. Não ganhei o fogãozinho e cozinho para caramba. Cozinhar o galo não é a minha especialidade e quem quebra galho é macaco gordo. No bicho, isso deve ser algo em torno de 1317 ou 5268. Se pelo menos fosse 69, porém, um porco teria que entrar na história. Caracas! Era infância, agora olha que crescimento rápido! 

Voltando aos brinquedinhos, a tal roleta, não me valeu de nada. Quando eu e meu namorido viajamos de navio, só visitamos o cassino porque era o fumódromo oficial da embarcação. Pra não dizer que não apostamos, fizemos um joguinho numa espécie de loteria de cruzeiro e nenhum dos nossos números foi sorteado.

Como “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, guardamos o bilhete e apostamos essas mesmas dezenas naquele sorteio milionário da mega-sena de final de ano. Mais uma vez, nenhum número nos deu sorte. Bilhete infeliz!


Ou talvez uma união feliz realmente determine o azar no jogo. Depende. Vocês acreditam em destino, sorte, azar, numerologia, astrologia, bruxas? “Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem”? E em sabedoria popular, vocês acreditam?

Dizem: “Azar no jogo, sorte no amor”. Ou vice-versa, “sorte no jogo, azar no amor”. “A ordem dos fatores não altera o produto”. Novamente, depende. Embora isso seja um conceito matemático, ciência exata, números, - e matemática nunca foi o meu forte - acompanhem o meu raciocínio: Ganhar pode significar perda é bem diferente de perder pode significar ganho, não é lógico? Está aí o bolão gaúcho que não me deixa mentir.



A Loteria Federal foi criada no dia 15 de setembro de 1962, seis anos após o nascimento de Eike Batista. Mesmo que uma pessoa ganhasse sozinha todos os prêmios de todas as loterias de todos os tempos, não teria a grana dele. E ele ainda faturou a Luma de Oliveira, que não faz o meu tipo, mas não há como negar, bate um bolão. Depois “des”faturou, mas aí são outros 500, mil, milhões, bilhões, sabe-se lá o valor da pensão.

A profundidade dessa reflexão lembrou-me de uma página da história boliviana donde hay que perder la ternura y endureserse jamas. Certa vez, um operário de La Paz procurou os serviços de uma prostituta. Na hora de pagar, ele não tinha dinheiro e resolveu dar à mulher um bilhete de loteria que tinha no bolso – em troca do que ela deu a ele. Dez dias depois, o bilhete foi sorteado e a prostituta ganhou 210 mil dólares. Comidinha cara, hein? Apelando mais uma vez para a sabedoria popular: “A mulher que não tem sorte com os homens não sabe a sorte que tem”. 

 
Para falar a verdade, eu ainda estou na tentação de jogar novamente aqueles números do cassino. Estou num impasse. “O amor é cego”, mas, “o pior cego é aquele que não quer ver”, no caso, talvez me falte a coragem de ver o resultado depois. “Amor com amor se paga” e ponto. Apesar que posso ganhar e decidir doar o dinheiro? Acho que não! Sorte ou azar é algo pessoal e intransferível, ou não é? Nesse caso, corro o risco de ficar sem o amor porque, mesmo me livrando do prêmio, quem ganhou fui eu. Dessa forma, fico também sem a bolada porque dei. Dei o dinheiro, no caso, porque perdi o amor. Tá, todo mundo entendeu essa parte?

Então, imagine só se eu ganho e passo a vida gastando o meu prêmio num táxi. Sim, fazendo a "ronda" até encontrar o meu par "rolando dadinhos e jogando bilhar." Não, não, não! Prefiro passar a vez. Ou não?



Vamos ao teste: Supondo que um dia você ganhe sozinho uma mega-sena acumulada. Você acredita que se encher a cara para brindar à vitória jamais vai ter ressaca? Então você acredita em bruxas. O que liquida suas chances no amor e garante o porre de felicidade. To passando a bola de novo.


Pois bem, a alternativa pode ser um só porre com duas finalidades: Comemorar o prêmio e afogar as mágoas. Aliás, foi o presidente Jânio Quadros, "que bebia porque era líquido", quem unificou as loterias e determinou que só a União deve legislar sobre o sistema de sorteios. Quando o Jânio pensou na União, não levou em conta que os sortudos da loteria poderiam varrer os cônjuges? Afinal de contas, vassoura não era a especialidade do nobre bebum? Em que momento a gente pega o morto? Tem curinga nessa rodada? To tonta! 


Nesses casos, o lance pode ser uma partidinha de xadrez porque, na pior das hipóteses, dá pra garantir o empate afogando o rei ao invés de afogar as mágoas. O que evoca outra questão: Empate no jogo dá o que no amor? No amor eu não sei, no jogo é meio ponto, ou seja, ninguém fica no zero a zero. Se fosse um streap pocker, dando empate, todo mundo perderia a roupa e, enfim, retomemos a ordem. Ganhar pode significar perda ou perder pode significar ganho? Jogo ou não jogo, de novo, os tais números do cassino?

Por via das dúvidas, não vou revelar os meus números nefastos para vocês. “A sorte de uns é o azar de outros”. Talvez, o azar de uns seja a sorte de outros. Vocês podem perguntar: Não me desejas sorte, amiga? “Antes a morte que tal sorte”.

“Aproveite a sorte enquanto ela está a seu favor”. Como saber se ela não está contra, nem Freud explica.

Fontes:

Guia dos Curiosos:

http://guiadoscuriosos.ig.com.br/categorias/4772/1/loteria.html


http://guiadoscuriosos.ig.com.br/categorias/3499/1/sexo.html


Xadrez / Rei afogado: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rei_afogado


Post sobre viagem no Vision of the seas: Manual para pobre turistas - http://registremos.blogspot.com/2010/01/vision-of-seas-manual-para-os-pobres.html

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi! Sou a Mariana do blog Mundo Jovem. Encontrei seu blog no diHITT e adorei esse post. Você escreve muito bem e faz um ótimo encadeamento de ideias! Parabéns!

LISON disse...

Que Post Fascinante!
AMIGA

O seu texto é um primor de registros que para onde se vai encontra-se pontos fora da curva. Amores, jogos, sorte, não muita sorte vida, perspectivas enfim nos deparamos com tudo que nos cerca e o melhor, em perfeita cadência.
Parabéns por mais um excelente post!
Abraços,
LISON.

Ótimas Soluções disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Removi uma mensagem pq não era pertinente ao conteúdo do blog. Era uma propaganda indesejável. Quem quiser anunciar no blog, por gentileza, entre em contato para as negociações.

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