Bonde da informação

on terça-feira, 16 de março de 2010

Esses dias, eu estava ouvindo um programa de rádio e uma das apresentadoras falou sobre a Tetê Espíndola. Lembram dela? Quem não conhece ou quer refrescar a memória, pode assistir a um vídeo de quando ela foi vencedora do Festival dos Festivais, na Globo, em 1985. "Recordar é viver"! 

A radialista fez vários comentários, colocou a famosa música "Escrito nas estrelas" e disse que a cantora encerrou a carreira. Os outros apresentadores do programa não discordaram.  Assusta ouvir num veículo de comunicação uma informação tão superficial. Saibam: Tetê Espíndola continua na ativa e a agenda está disponível no website: http://www.teteespindola.com.br/

As pessoas precisam entender que artistas não se aposentam quando deixam de tocar no rádio ou aparecer na televisão. Se o indicador fosse esse, hoje a nossa Arte musical seria basicamente rebolation e funk tutti frutti, não é?

A verdade é que a nossa cultura não se resume ao que vemos em evidência na mídia. O que talvez esteja ocorrendo é gente vocacionada para o ofício da música fazendo isso por hobby e, na contramão, gente ganhando a vida com arremedo de musicalidade. Obviamente, toda regra tem lá suas exceções.

Mas não ter a televisão como guia exclusivo é mais do que ampliar os horizontes. Quem não se limita a apenas ligar e desligar o seu aparelho de TV tem o poder de fazer parte do mundo.

Já se foi o tempo que tínhamos festivais, Cassino do Chacrinha e outras atrações televisivas que, além de divertir, revelavam novos talentos e nos mantinham antenados com todo o universo musical.

O eclético de ontem é bem diferente do de hoje. O diverso de tempos atrás ia do samba ao rock nacional, do forró aos sucessos internacionais. Tudo era vedete! A diversidade atual é um batidão vitaminado de frutas. Jaca,  moranguinho, melancia, melão, maçã e uma banana pra música. No final das contas, tudo não passa de rebolation, de chacoalhar o quadril bem rápido e de vez em quando dar... Desculpe a pausa. Só parei para dar a abaixadinha.

O hilário é que já naqueles tempos muita gente reclamava da indústria cultural. Com o advento da internet, a luta é para que downloads e uploads não tirem o pão dos músicos. Cá entre nós, se não fosse o ciberespaço como conseguiríamos nos manter conectados com a Arte musical? As nossas opções para conhecer novos talentos seriam Raul Gil & Raulzinho, competições de candidatos a ídolos e, e, e, e é isso aí.  

O programa Super Pop, da Luciana Gimenez, costuma levar Régis Tadeu, um editor de revistas do ramo musical, para apontar o que é bom ou ruim de se ouvir.  Eu já tive a oportunidade de entrevistá-lo. É um cara, digamos, contundente e cheio de princípios. Não sei se essa é a melhor definição para o Régis, porém, se ele quiser debater com essa outra Luciana aqui da blogosfera é só chegar.

E nesse tipo de discussão sobre qualidade musical os argumentos sempre giram em torno de preconceitos e de que ninguém é dono da verdade para impor o que é música boa. O básico seria não perder de vista o que é música. Acabaria com todas as polêmicas. O que é música? Alguém já pensou no simples, tipo, consultar o dicionário?
mú.si.ca sf (lat musica) 1 Arte e técnica de combinar sons de maneira agradável ao ouvido. 2 Composição musical. 3 Execução de qualquer peça musical. 4 Conjunto ou corporação de músicos. 5 Coleção de papéis ou livros em que estão escritas as composições musicais(...).
Resumidamente, letra e melodia encerrariam a questão e cada um que consumisse o que gosta. Pior é quando a gente encontra música na prateleira do alternativo e a feira livre na prateleira do hit parade.

4 comentários:

Sandro Timm disse...

E nesse dia Tetê Espíndola apareceu vestida com uma rede de vôlei pra cantar Escrito nas Estrelas.
Beijo.

Anônimo disse...

Uma rede customizada com as franjas das almofadas. E o cabelo? E a requebrada nos ombros? E quem sou eu pra falar dela? Eu usava cada coisa nos anos 80!!!! Deixa eu ficar quieta. Beijos.

Tiozão das Batidas disse...

Eu assisti todo o Festival dos Festivais. Uma das outras finalistas foi a Leila Pinheiro, com a belíssima música "Verde" que vira e mexe, me pego cantarolando.

E , pasmem , tenho o disco - de vinil - " As 12 Musicas Classificadas do Festival dos Festivais " gravado pela Som Livre em 1985.

Edson Palma disse...

Essencial a dsiposição descritiva desse tema. Para mim música é Rock"n"Roll sessentista, e em especial à música inglesa...Mas artistas brasileiros que beberam desta fonte para introduzir no mercado fonográfico essa arte pra mim merecem ser aplaudidos. Não consigo me ater à esses concertos atuais populares. Gosto mesmo é de ler conteudos interessantes. Pois eu aprendi sobre música universal lendo, e hoje estou muito contente com isso porque adquiri uma audição seletiva...( ainda bem )

Felicidades

Até logo...

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