“Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas”
No imaginário, o Dionísio grego ou o Baco romano é a figura das festas e orgias, único deus filho de uma mortal. Divindade da vegetação, principalmente árvores frutíferas, apaixonou-se pela cultura das uvas. Percorreu a Terra como errante e, nessa longa jornada, mostrou aos mortais como cultivar as videiras e preparar o vinho. Certa vez amou e foi amado, mas perdeu a sua Ariadne. Ele morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus seguidores, esse renascimento cíclico simbolizava a promessa da ressurreição. De volta ao Olimpo, o regente do êxtase e do entusiasmo levava alegria e felicidade por toda a Grécia onde também era considerado protetor das belas artes.
Já a nossa Dionísia, deixou para trás as “cadenas”, abraçou a luta feminista e outras batalhas que encontrou em sua jornada. De Dionísio, ela carrega a força de um nome inspirador, mais que videiras, tamanha Floresta. Mulher mortal, imortal na verdade dos fatos. Também percorreu a Terra educando; extraindo da dor poesia e publicando os seus primeiros artigos abordando a condição feminina e comparando-a com diversas culturas da Antigüidade. Percorria o mundo, mas sempre voltava ao seu Olimpo, o Brasil.
Perdeu dois grandes homens de sua vida: O seu inspirador pai herói e o seu fiel companheiro Manuel Augusto, ambos em determinados agostos. Mês criado pelos antigos romanos para homenagear Augusto, filho adotivo de Júlio César, coincidência ou não, ao longo da História, o agosto vem marcando acontecimentos trágicos, daí vem o termo “agosto, mês do desgosto” e Nísia declaradamente odiava esse mês, apesar de, ironicamente, ter o seu próprio e amado filho Augusto.
Pois, entre suas augustas realizações, dirigiu uma instituição de ensino de mesmo nome, o Colégio Augusto, pressupondo que o sofrimento não é exatamente o "x" da questão, talvez um sutil teorema, uma questão de ângulo. A educadora teve como bandeira em suas metas de instrução corrigir erros seculares da formação educacional da mulher. “Salve símbolo augusto da paz, tua nobre presença a lembrança, a grandeza da Pátria nos traz”.
A mulher brasileira de hoje nasceu da ousadia de Nísia Floresta, ora bem dito, “a fantasia impulsiona tudo cem por cento, quem sabe, um pouco mais. Não existem fronteiras nem escudo nos sonhos loucos e monumentais”. A mulher de hoje revê seus papéis, a luta atual ainda implica dissipar padrões contraproducentes, desfazer mitos, refazer a dualidade entre doçura e fortaleza. Mas também há outros contornos, o de ser mulher e ser profissional, duelar com o pós-modernismo e poder sair de uma experiência amorosa deixando um recado no espelho escrito com batom carmim cor-de-Pagu.
No Brasil, o voto feminino só foi reconhecido em 1932. O impacto do movimento feminista e o pioneirismo de Nísia Floresta são responsáveis pelo avanço lento, mas legítimo e com condições de oferecer mudanças no pensamento da sociedade. Algumas políticas públicas têm contribuído para a transformação da condição social das mulheres nas últimas décadas. Em eleições passadas, os cidadãos elegeram a maior bancada feminina da história política brasileira.
Ao contrário do mitológico Dionísio, nossa Nísia Floresta jamais precisou morrer no inverno para renascer nas flores de ilustre pensadora, idealista, autodidata, revolucionária, jornalista, abolicionista, republicana, positivista, educadora, poetisa, feminista, ufanista, indigenista, libertária, principalmente, mãe. Do ventre materno, dois filhos; das mamas, o primeiro alimento; dos pensamentos de mulher, “Conselhos à minha filha”, livro dedicado à sua filha Lívia, obra de destaque de mãe para filhas e filhas das mães.
Não se sabe se na época de Nísia ainda era costume o aluno, inocentemente, levar uma maçã para o professor, tal alimento que ganhou fama de fruto proibido. Mas sabe-se que nos campos de Nísia “o despotismo ordenado pela religião não devia censurar a falta de uma educação esclarecida sem a qual mais facilmente os homens se submetem ao absolutismo de seus governantes”.
No Brasil, o voto feminino só foi reconhecido em 1932. O impacto do movimento feminista e o pioneirismo de Nísia Floresta são responsáveis pelo avanço lento, mas legítimo e com condições de oferecer mudanças no pensamento da sociedade. Algumas políticas públicas têm contribuído para a transformação da condição social das mulheres nas últimas décadas. Em eleições passadas, os cidadãos elegeram a maior bancada feminina da história política brasileira.
Ao contrário do mitológico Dionísio, nossa Nísia Floresta jamais precisou morrer no inverno para renascer nas flores de ilustre pensadora, idealista, autodidata, revolucionária, jornalista, abolicionista, republicana, positivista, educadora, poetisa, feminista, ufanista, indigenista, libertária, principalmente, mãe. Do ventre materno, dois filhos; das mamas, o primeiro alimento; dos pensamentos de mulher, “Conselhos à minha filha”, livro dedicado à sua filha Lívia, obra de destaque de mãe para filhas e filhas das mães.
Não se sabe se na época de Nísia ainda era costume o aluno, inocentemente, levar uma maçã para o professor, tal alimento que ganhou fama de fruto proibido. Mas sabe-se que nos campos de Nísia “o despotismo ordenado pela religião não devia censurar a falta de uma educação esclarecida sem a qual mais facilmente os homens se submetem ao absolutismo de seus governantes”.
O que se sabe é que os indígenas brasileiros eram nômades e Dionísia cidadã do mundo. Eles conheciam as trilhas da floresta, habilidade imprescindível quando se quer fugir, portanto, não eram facilmente escravizados. E Floresta conhecia as trilhas do conhecimento, ferramenta poderosa contra as injustiças, pois, “se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta”.
O que se sabe é que os frutos da Floresta de Nísia são cultivados até hoje e para os seus seguidores este renascimento cíclico personifica a luta em prol dos Direitos e contra as injustiças dos Homens. Abre-alas do entusiasmo, Nísia Floresta levava em seu cortejo “aqui sob esta abóbada” “opúsculo humanitário”, onde era considerada protetora das causas justas.
Projeto Memória
http://www.projetomemoria.art.br/NisiaFloresta/
Município de Nísia Floresta
http://www.nataltrip.com/cidades/nisia_floresta
Município de Nísia Floresta
http://www.nataltrip.com/cidades/nisia_floresta